Olá leitores, tudo bem?
Sou apaixonada por pequenos textos, principalmente quando são bem
escritos. E isso sempre encontro nos textos da Thamiris Dondóssola, autora do blog Tão Doce e Tão Amarga, mas esse, em específico, tocou meu coração e
não consigo parar de lê-lo, confiram:
Eu perdi uma blusa amarela no ano passado. Deixei-a no banheiro da
escola e cinco minutos depois, quando me dei conta da falta da blusa, fui
buscá-la, mas ela não estava mais lá. Procurei em todos os cantos e nenhum
sinal dela. Eu gostava daquela blusa. Gostava tanto, que só procurava usá-la às
vezes para não ficar velha rápido demais.
Eu me lembrei desse acontecimento hoje à tarde, um ano depois,
enquanto ouvia “yellow” e olhava pela janela da sala da minha casa um
passarinho amarelo pousar no fio do poste. Procurei pelas gavetas a blusa
amarela que eu tinha comprado para substituir a primeira perdida. Olhei para
ela e senti um arrepio em todo o meu corpo. Quantas vezes tentei substituir de
alguma forma, algo que eu havia perdido? Aquela blusa, obviamente, não me
agradava tanto quanto a perdida, mas aquilo já não fazia diferença nenhuma, não
passava de uma lembrança que o tempo depositou em minhas recordações.
Cada um de nós tem um valor em especial. Cada um de nós tem um limite,
um objeto e uma ideologia. Possuímos medos, lembranças melancólicas e saudades
extravagantes. Cada um de nós já tentou substituir algo que simplesmente, por
pura vontade do acaso, não tem substituição. Perder alguém é um exemplo digno.
Não é o mesmo que você comprar um celular, perceber um defeito, devolvê-lo a
loja e pegar outro. Substituir alguém é um processo doloroso e sem conclusão.
Há características parecidas, mas nenhuma, idêntica. Por exemplo, a tentativa
de disfarce e o jeito de sorrir são atos comuns, mas cada um possui atributos
diferentes, desde o fervor que vem de dentro até a curva que os lábios fazem.
Se eu pudesse voltar atrás e mudar algumas coisas, não mudaria. Eu
juro pelo céu azul dessa tarde ensolarada. Eu adoraria voltar atrás e reviver
ocorrências, observá-las com mais clareza e descobrir se o meu ponto de vista
foi ou não errôneo. Mas, voltar atrás por querer mudar alguma coisa é o mesmo
que se arrepender. E eu não me arrependo de nada que fiz, de nada que submergi
ou de alguém que perdi. Sim, são casos insubstituíveis, mas não são eternos. Se
fossem, eu não os teria deixado escapar. Se fossem, eles não teriam escapado de
mim.
Thamiris Dondóssola.
Digam-me o que acharam e, caso tenham gostado, não deixem de acompanha-la
em seu blog, tudo o que ela escreve é perfeito!
Beijos e até mais J
Bru, como posso devolver tamanho carinho? Muito obrigada mesmo por tudo! Por acompanhar o blog até mesmo quando me ausentei. Obrigada do fundo do meu coração <3
ResponderExcluirAmei o texto !
ResponderExcluirSempre busco esses mini textos pela internet afora ... Mas , esse em especial , me tocou muito ! Os sentimentos parecem estar embutido em cada palavra .
Parabéns Thamiris , você escreve super bem :)
http://coisasdediane.blogspot.com.br/
Obrigada! <3
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