Entrevistando você foi escrito pela Roberta Gurriti, baiana de 22 anos, que está se graduando em jornalismo pela UNIFTC. O livro foi lançado na Bienal do Livro de São Paulo e foi por lá que adquiri meu exemplar, mas vocês podem comprar no site da editora.
A trama conta a história de Naomi Castro, uma jornalista que, apesar de sonhar em apresentar um programa de entretenimento, mais especificamente, o Entretê, maior programa de entretenimento da emissora de TV que ela trabalha, exerce a função de apresentadora de um bingo durante a madrugada. Isso poderia desanimá-la, mas Nai não desiste de seus sonhos e estará preparada para agarrar uma oportunidade, quando ela aparecer.
Do outro lado temos Benjamin Kalu, um astro de Hollywood, que, apesar de ser extremamente reservado e nunca conceder entrevistas, está sempre nos tabloides por conta das coisas que faz.
A grande questão é que Benjamin está lançando um novo filme e precisa dar entrevistas. Mas, como o marrento que ele é, decide que só o fará com quem falar suaíli. E, adivinhem? SIM! A Nai é a única na emissora que fala o idioma e fica, portanto, responsável pela entrevista.
Ao se preparar para o fatídico dia, Nai fica revoltada com quão restritiva a entrevista poderá ser, já que existem muitos temas proibidos, mas, num jogo de cintura, ela bola perguntas interessantes e vai entrevistar o insuportável - sim, ela não o suporta - Benjamin Kalu.
Para a surpresa de todos, Nai sai do contexto e... Benjamin responde. O que tem de errado com esse ator? Ele nunca agiu de modo impulsivo. Será essa a entrevista que vai, finalmente, abrir todas as portas que Nai tanto espera?
Sabe quando você compra um livro sem saber muito e porque a capa é bonita? Foi isso que fiz. Já no caminho de volta comecei a ler e fiquei viciada na narrativa da Roberta. Pensem num livro que te envolve desde o começo e que conta com personagens cativantes, além de te fazer pensar sobre coisas importantes. É Entrevistando você.
A ambientação é Salvador e, por conta disso, podemos conhecer um pouco da cidade que, vale frisar, quero muito conhecer, mas, mais do que isso, refletir sobre como estamos sempre no eixo Rio/São Paulo. Você já parou para pensar como tudo acontece principalmente nessas cidades? Por que não aproveitamos a beleza do Nordeste ou do Norte? É como se essas regiões sequer fizessem parte de nosso país, isso porque são as mais bonitas!
Voltando ao enredo... Após a entrevista com o Benjamin muitas coisas começam a acontecer e as mais relevantes delas é que (a) existe a possibilidade de o Oscar - sim, aquele mesmo - acontecer no Brasil e (b) Nai e Benjamin começam a conversar e surge um boato de que tem algo rolando entre os dois.
A primeira coisa é super legal. Já imaginou todo aquele glamour em nosso país? Eu surtaria! A segunda nos faz pensar em como as pessoas são preconceituosas por conta de cada coisa ruim que a Nai precisou ler. Gostaria que o mundo fosse um lugar melhor, pois a Nai não merecia.
O fato é que o possível Oscar no Brasil e a relação entre Nai e Benjamin mudam as coisas e a vida de nossa mocinha nunca mais será a mesma.
Um ponto forte do livro - além de todos os que falei - é que temos personagens fortes e uma mocinha que não se deixa envolver só porque tem um cara famoso que pode gostar dela. Nai quer atingir seu sonho porque chegou lá sozinha e isso foi ótimo.
Tem algumas coisas que eu mudaria. Acho que os personagens poderiam ter conversado e tudo teria se resolvido, mas, então, o livro não existiria e eu não poderia me envolver nesse enredo.
Por favor, leiam!
Nota: 3,5 ⭐
Olá.
ResponderExcluirPareceu-me um historia bem ao gosto do atual mainstrean feminista. A mulher que não se deslumbra com um astro de Hollywood porque busca "seus sonhos" em primeiro lugar...já achei estranho o cara precisar dar entrevistas e só conceder uma entrevista a quem fala o tal idioma. Meio paradoxal, né? Sem falar na possibilidade de uma cerimônia de Oscar aqui no Brasil...na Bahia??? A autora de fato, deixou a imaginação rolar...rs
Legal sua resenha.