[Resenha] Metade Sombria, Stephen King


A Metade Sombria é mais um dos livros de Stephen King que receberam repaginação com capa dura na coleção Biblioteca de Stephen King.

Thad Beaumont escreve há muito com o pseudônimo de George Stark,  George escreve livros de thriller, são esses que pagam as contas, mas Thad não os considera os livros "sérios" de sua carreira.  Determinado jornalista acaba ameaçando de expor o segredo de Thad e ele decide que vai parar de esconder isso e mata George. 

(..) Isso só prova que quando você acha que alguém vai falar, todo mundo controla a língua. - p. 39

Thad começa a escrever com o próprio nome, os livros que considera "sérios" e acha que tá encerrado o caso. Só que alguns assassinatos começam a acontecer, e todas as pistas e ligações levam a ele, e daí temos o desenrolar da nossa história.
Comecei a entender o mito do doppelganger agora assistindo The Vampire Diaries, o doppelganger é uma lenda de terra germânicas que diz que existem criaturas que conseguem copiar fielmente uma pessoa - mas só por fora rs - e esse livro trabalha muito com essa lenda. 

George Stark fica bem indignado quando é dispensado tão facilmente da vida de Thad e ele quer basicamente vingança de quem fez ele ser "assassinado", digamos.

Pelo que eu entendi, muito da ideia do livro vem do próprio King ter passado por situações onde escrevia sob pseudônimo e sentir que isso o controlava. Thad e George são diferentes em inúmeros sentidos. Thad é um bom homem, pai de família e gosta de escrever coisas mais leves e felizes; já George escreve sobre o que há de pior nas pessoas. 

Uma coisa que percebi por leituras que fiz do King é que seus enredos são desenvolvidos de modo lento, o que pode frustrar pessoas como eu que gostam de histórias que já nas primeiras páginas tenham algo que as prenda até o fim. Mas isso não significa que o livro seja ruim, só significa que esse tipo de leitor mais agoniado precisa ter paciência com o decorrer da história. Stephen King é um autor que aprecia descrições, então fique atento a isso.

No geral, é uma história que trabalha a dualidade bem/mal e joga uma lenda que não é exatamente sempre encontrada no meio literário. As críticas encontradas tanto pro universo literário (escrever com pseudônimos) e críticas sociais (o que é bom e ruim?)  dão um toque importante para a escrita do autor que não deixa de impressionar mesmo nos momentos mais lentos das suas histórias.

Resenha e fotos por Ana Gabriela 

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