"Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum!"

Olá, pessoal! Tudo bem com vocês?

Na última semana eu reli um clássico da minha adolescência: Meu Pé de Laranja Lima, do escritor José Mauro de Vasconcelos. Fiz a releitura para apresentar um seminário na faculdade. Se eu não tivesse muitas coisas para fazer, facilmente concluiria a leitura em um único dia, pois... Que leitura gostosa!

Sinopse: Na obra juvenil mais conhecida de José Mauro, a pobreza, a solidão e o desajuste social vistos pelos olhos ingênuos de uma criança de seis anos. Nascido em uma família pobre e numerosa, Zezé é um menino especial, que envolve o leitor ao revelar seus sonhos e desejos, por meio de conversas com o seu pé de laranja lima, encontrando na fantasia a alegria de viver.

Então hoje eu estou aqui para comentar um trecho do livro, o meu favorito, diga-se de passagem. Nunca esqueci essa parte da história e desde quando a li pela primeira vez, nunca mais a esqueci. Portanto, como de costume, a partir do trecho, eu quero propôr um momento de reflexão. Conheça:

"Matar não quer dizer a gente pegar o revólver de Buck Jones e fazer bum! Não é isso. A gente mata no coração. Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu."
Morte. Sabemos que o sentido literal é ruim e causa muita dor às pessoas queridas. Você, simplesmente morre. Mas quando o sentido caminha por outro lado, as coisas são diferentes. Quando alguém por quem você tem um apreço enorme ou muita consideração acaba te magoando, você murcha. E perdoa. Mais tarde, acontece novamente. Já foram duas vezes! Você perdoa. Acontece de novo. E de novo e de novo. A pessoa que te magoou vai morrendo... E esse processo é um processo absolutamente doloroso.

Você vê aquela pessoa que amava se afastando, se transformando em alguém que você não conhece. É isso que é matar no coração, conforme proferiu Zezé. E nunca a morte foi tão angustiante quanto nesse sentido. Você não pode fazer nada, aquele que está do outro lado dessa linha é que pode. E se ele não quiser? "Vai deixando de querer bem. E um dia a pessoa morreu".

Sem pesquisar expectativas de vida, você pode morrer a qualquer instante. Nós podemos morrer a qualquer instante. Nós somos um instante. Peça desculpas, deseje o bem, faça um carinho em alguém. Não temos tanto tempo, desfrute de cada momento. E aproveite a vida para arrancar aquilo que de mais lindos todos nós possuímos: o sorriso.

Por Thamiris Dondóssola, do blog Historiar.

9 comentários

  1. Esse livro é um dos meus preferidos, amo amo e amo! Nunca me canso de ler!
    devaneiosdeinverno.blogspot.com.br

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    1. É a segunda vez que leio e posso dizer o mesmo. Sei que ainda vou ler outras vezes e nunca vou me cansar. ❤

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  2. Oie...
    Acredita que não li esse livro na minha infância... Acho que sou a única rsrs...
    Quem sabe um dia ainda leio?

    http://coisasdediane.blogspot.com.br/

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    1. Olá!
      Nunca somos os únicos, Diane.
      Espero que leia, super indico!
      Beijos

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  3. Este livro é um clássico cheio de lições de vida!... Li uma vez apenas na escola e nunca esqueci. E sim, depois de tanto se afastar, a pessoa morre pra gente...
    beijo!

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    1. Que bacana você ter lido na escola, eu conheci ele fora dela.
      Beijos

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  4. Olá, já faz um tempinho que quero comprar um exemplar desse livro, nunca tive a oportunidade de ler, nem mesmo na escola. Sempre vejo muitos comentários sobre o clássico e fico cada vez mais curiosa.

    Abraços

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  5. Oi! Nunca li esse livro. Amei seu texto, achei linda a reflexão que você fez a partir desse quote. É triste quando amamos alguém e esse alguém nos magoa, chegando ao ponto de matar tal sentimento dentro de nós...Gostei bastante, beijos!

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  6. Olá Thamires, tudo bem.
    Eu tive que pegar esse quote e compartilhar, é genial!
    Amo esse livro, a minha edição era da minha mãe de quando ela era criança, ou seja tem 50 anos, e eu me apego tanto a ela mesmo que esteja velhinha, pq o livro é perfeito!
    Sem contar que é baseado na vida do autor mesmo, isso da uma carga 10 x mais poderosa para as palavras que estão ali.
    Beijos!!!

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